31 dezembro 2006

António Borges disse... 1

"Antes de mais vejamos as artimanhas de linguagem. Porquê falar de despenalização (ou seja, não penalização de um crime) quando no final da pergunta se refere a «estabelecimento de saúde legalmente autorizado»? Então isto quer dizer que se trata de uma legalização, ou seja, não deixa apenas de haver penalização como passa também a ser legal. Temos assim uma cobardia, falar de despenalizar quando é uma autorização!"

30 dezembro 2006

"Diz Que Não": Declaração de Princípios e Assinaturas

Esta é a Declaração de Princípios da Plataforma "Diz Que Não", que nos foi enviada pelo Juntos Pela Vida. Já noticiamos a sua apresentação, no Cais do Sodré, e a sua necessidade de assinaturas.

"1. A Plataforma «DIZ QUE NÃO» surgiu de uma iniciativa de jovens inconformados com a forma como o aborto vitimiza mulheres, bebés e famílias.

2. Constituímos um grupo cívico, sem fins lucrativos e de natureza privada. O nosso objectivo é participar na campanha do referendo com intervenção no meio universitário e na sociedade.

3. Somos independentes e encontramo-nos abertos a qualquer pessoa. Não estabelecemos quaisquer discriminações, nomeadamente em função do sexo, raça, credo, concepção política ou filosófica.

4. A nossa acção assenta na promoção do esclarecimento sobre a liberalização do aborto que irá a referendo em 2007.

5. Trabalhamos para a clarificação dos seguintes pontos:

a) O aborto clandestino não diminui com a liberalização do aborto;

b) O aborto vitimiza a mulher que sofre consequências físicas e psicológicas;

c) O aborto provoca uma morte dolorosa no bebé;

d) As causas socio-económicas do aborto devem ser tendencialmente eliminadas. O Estado deve providenciar a todas as mulheres condições para uma maternidade digna e responsável;

e) O aborto ao ser considerado um crime protege a mulher de pressões laborais e familiares;

f) A natalidade é um dos bens mais necessários ao país do ponto de vista do equilíbrio entre pessoas idosas e população activa;

g) O aborto é um negócio que explora mulheres fragilizadas.

6. Acreditamos na solução real de uma educação da sexualidade ao contrário da promoção de uma falsa alternativa como o aborto;

7. Consideramos que uma mulher a quem tenham sido providenciados todos os meios e alternativas opta pela maternidade. É também nossa convicção que o pai do bebé não pode ser destituído dos direitos e deveres consagrados na lei e que lhe são inerentes pela posição que ocupa na concepção do filho já gerado;

8. Partimos da experiência consolidada de todas as associações, que desde 98, trabalham com grávidas em dificuldade. Estas instituições ajudam as mães a desenvolver um projecto de vida autónomo com o seu bebé.

9. Nós DIZemos QUE NÃO à liberalização do aborto porque dizemos sim à mulher e ao bebé."

A folha das assinaturas está disponível na Internet, no site da Plataforma "Não Obrigada". Para aceder, basta clicares aqui.

Há outros grupos cívicos, em todo o País, que precisam da tua assinatura para conseguirem inscrever-se na Comissão Nacional de Eleições. Só deste modo, conseguem ter direito a tempo de antena, durante a campanha. Podes encontrar as suas folhas de assinaturas e ter acesso aos seus sites, clicando aqui.

Assinaturas Necessárias

Recebemos ontem, dia 28 de Dezembro, um e-mail a comunicar que tanto o Juntos Pela Vida como a Plataforma "Não Obrigada" já têm as assinaturas necessárias. O e-mail é o seguinte:

"Caros amigos,

No seguimento da mensagem de ontem vimos dizer que tanto os Juntos pela Vida como a Plataforma «Não Obrigada» já têm as assinaturas necessárias para participar na campanha do referendo do aborto.

Por isso, neste momento é importante pedir assinaturas para outros movimentos, de modo a que a campanha do Não tenha o maior número possível de tempos de antena. Assim, enviamos em anexo a Declaração de Princípios e a folha de assinaturas da Plataforma «Diz Que Não», sugerindo a recolha de assinaturas para essa plataforma que tem princípios semelhantes aos nossos.

Os melhores cumprimentos,

Juntos pela Vida"

Felicitamos a associação e a plataforma pela conquista destas assinaturas e deixamos um apelo a todos os leitores para que fotocopiem a folha da Plataforma "Diz Que Não" e recolham o maior número de assinaturas.

Publicaremos posteriormente a Declaração de Princípios desta Plataforma, bem como a sua folha de assinaturas.

Rita Ferro em Entrevistas Imprevistas

Encontrámos no jornal Sol, da semana passada, uma entrevista com a escritora Rita Ferro. Este é um excerto da entrevista:

"P: Deduzo que vá votar «não»...
R: Deduz lindamente, embora me aterre a ideia de levarem à urna questões ontológicas e metafísicas. Por outro lado, estou cansada desta visão santificada que se faz a respeito de todas as mães. Há mães extraordinárias e outras ignóbeis. Dizer que nenhuma faz abortos com ligeireza é uma asneira crassa, que demonstra desconhecimento da humanidade.

P: Uma mulher deve ir presa por abortar?
R: Não recordo o caso de uma única mãe que tenha cumprido a pena.

P:Mas deve ir presa, ou não? Votar «sim» é votar pela despenalização...
R:O aborto foi despenalizado em Portugal em 1984, passando a ser permitido nos casos de perigo para a saúde da mãe, malformação, inviabilidade do feto e violação. Agora pretende-se a liberalização total até aos dois meses e meio de gravidez - estando a criança integralmente formada - por opção exclusiva da mulher, ou seja, ignorando completamente o papel do pai e sendo financiado em hospitais públicos ou clínicas privadas com o dinheiro dos contribuintes. O Estado deixa de prestar qualquer protecção legal ao ser humano até esse momento, contribuindo, à semelhança do que acontece noutros países, para um aumento exponencial do número de abortos, sem eliminar os problemas económicos e sociais que estão na sua origem. Se dizer «não» a isto é dizer «sim» à prisão das mulheres, estamos perante um sofisma pernicioso."

29 dezembro 2006

Dúvida 1

Encontrámos um cibernauta, no Blogue do Não, que fazia uma pergunta interessante. Fez-nos pensar e colocamos agora as nossas dúvidas, esperando que alguém as saiba responder.

Se fazer uma cópia pirata de um programa informático é um crime (punível até três anos de prisão), por que é que matar um ser humano, numa fase inicial da sua vida, pode deixar de o ser?


Não Consigo...

Encontrámos este artigo do Dr. Vítor Costa Lima, em A Aldeia.

"Não consigo deixar de me impressionar com a morte de uma criança, principalmente quando é provocada por um adulto.


E não consigo também, pela formação científica (biológica e médica) que tenho, deixar de olhar para o momento da fecundação de um óvulo por um espermatozóide como um momento ímpar, o do nascimento de uma criança.


Sei que quer o óvulo quer o espermatozóide são células maduras, condenadas à morte. E que no momento em que se unem há uma explosão biológica. Os vinte e três cromossomas de cada um deles unem-se e forma-se um novo núcleo, com quarenta e seis cromossomas, com um genoma completamente novo e que nunca se repetirá. Um genoma de um ser humano.


Sei que aquela célula - o zigoto, se começa a dividir activamente, em duas, quatro, oito, dezasseis… e rapidamente aquela "massa" de células " (uma criança) começa a produzir hormonas que vão interferir com o organismo da mãe. Fazem proliferar a camada interna do útero, preparando tudo para a sua nidação. E, uma vez um pouco diferenciadas em blastocito nidam no útero materno, começando a alimentar-se dele.


Sei que esse aglomerando de células se começa a diferenciar rapidamente, e que os órgãos vitais de um organismo humano vão surgindo a uma velocidade surpreendente, de tal modo que num embrião (uma criança) de dez semanas estão praticamente todos os órgãos formados, apesar de esse embrião medir uns escassos centímetros.


E que depois tudo se processará numa fase predominantemente de crescimento até que o feto (a criança) atinja as trinta e cinco semanas e nasça uma criança.


Não consigo deixar de olhar para um embrião de poucos dias e ver nele uma pessoa humana. E não é por Fé, por crença religiosa. Não preciso de fé para ver uma criança num embrião. Está lá, a evidência científica diz-mo. Tem de estar lá porque lá está tudo o que constitui uma pessoa humana.


A minha mente de médico recusa fechar os olhos à evidência. E, por isso, e porque para os médicos a vida humana é sagrada, recuso-me a aceitar o aborto provocado, porque para um médico a morte nunca é solução. Tem de haver outra saída. Há sempre outra saída. É preciso imaginação para a descobrir, coragem e inteligência para a pôr em prática. Mas a morte, nunca!

O aborto provocado, nunca!"

26 dezembro 2006

Movimento "Algarve Pela Vida"

Encontrámos a notícia, no Algarve Notícias, de que mais um grupo se move a favor da vida: «Algarve Pela Vida».

"O referendo para o aborto, agendado para o próximo dia 11 de Fevereiro, já move opiniões no Algarve.

Três dezenas de pessoas constituíram na região um grupo cívico pelo «não» no referendo à despenalização do aborto, grupo que se denomina «Algarve pela Vida».

«Até às 10 semanas, no ventre da grávida existe um ser humano já concebido e que, por isso, tal como todos nós, à semelhança de qualquer outro nascituro, tem o direito de nascer e a oportunidade de viver.»

É nesta sentença que o grupo se apoia para justificar o «não» no referendo.

Por outro lado defende que cabe ao Estado e à sociedade civil, promover a prevenção das situações de risco, através de educação sexual responsável, planeamento equilibrado da fecundidade e apoio à grávida em dificuldade.

24 dezembro 2006

Feliz Natal!


O blog Sou a Favor da Vida deseja um Natal, cheio de vida, a todos os visitantes.

23 dezembro 2006

Prof. Leujene disse... 1

"Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele."

"Nada do Outro Mundo" - Entrevista 4

Esta é a quarta parte de uma entrevista que tem vindo a ser publicada. Para leres as três primeiras partes, consulta os Arquivos.

"NM - As suas clientes vêm todas da zona de Lisboa?

Sra X - Não... Há quem venha de longe. Porto, Vila do Conde... Quando têm problemas vêm cá.

NM - E há muitas mulheres que fazem várias interrupções?

Sra X - Muitas.

NM - Como é que encara isso?

Sra X - Eu acho que é descuido. Ou então são pessoas que não têm uma vida sexual estável... E depois acontece... Por outro lado também há alterações hormonais e há uma ovulação extra... As pessoas fazem as continhas todas muito bem mas falham. Ainda há muita gente que usa esses métodos das contas.

NM - Mas estas pessoas pelos vistos não usam preservativo nem nada... Não terão medo de apanhar doenças?

Sra X - Às vezes usam o preservativo mas não sabem usá-lo... Só o metem na altura, não o metem logo de princípio... E eu explico-lhes que têm de ter muito cuidado, que basta uma pequena gota que fica logo. Já houve pessoas que vêm aqui num mês e no mês seguinte ficam grávidas.

Nm - Não lhes recomenda nenhum método?

Sra X - Muitas vezes digo-lhes para irem ao doutor pôr um dispositivo... Mesmo para as miúdas mais jovens agora já há dispositivos pequeninos...

NM - Sente que as pessoas são ignorantes quanto aos meios eficazes de evitar a gravidez ou que são sobretudo descuidadas?

Sra X - Eu tenho ideia de que as pessoas precisavam de ser mais esclarecidas. Como por exemplo em relação à altura em que se deve colocar o preservativo...

NM - Mas estamos a falar de pessoas com um certo nível social e cultural...

Sra X- Sim, sim.

NM - Nunca lhe apareceu aqui gente mais humilde?

Sra X - Raramente. Às vezes aparece aqui uma filha de uma empregada, ou uma empregada trazida pela patroa. Especialmente quando são miúdas negras... Não sei porquê.

NM - São as patroas que pagam?

Sra X - Sempre.

NM - Há casos de pessoas pressionadas a abortar?

Sra X - Há. Porque quando estão com os pais ou com o marido — há maridos que não querem filhos ou não os querem numa dada altura — ou seja com quem for, é uma coisa, mas quando estão sózinhas comigo lá dentro é outra. Abrem-se mais... Dizem que não sabem se hão-de fazer, que têm medo. Eu digo-lhes que têm de pensar bem, que só elas podem decidir.

NM - Isso acontece sobretudo com as miúdas?

Sra X - Não. As miúdas geralmente querem é resolver o assunto. Há é quem esteja a estudar, o namorado está a estudar também, querem ter filhos mas mais tarde, ou pessoas que têm problemas no emprego, que estão no primeiro emprego e têm medo de ser despedidas, que não têm segurança no trabalho — porque hoje já ninguém tem — e então dizem-me que não podem, que não é altura. Há muitas que depois, mais tarde, até me vêm mostrar os bebés. É que as pessoas têm de programar a sua vida. Ter um filho é um assunto sério. Os encargos são muito grandes e as pessoas querem ter condições. Às vezes não é só a situação económica, é a disponibilidade emocional, é a disponibilidade de tempo... Porque para ter uma criança e metê-la num infantário — como acontece com tantas colegas minhas — às sete da manhã e tirá-la de lá às tantas da noite para só estar com ela à noite e aos fins-de-semana... Isso causa traumas nas crianças, um bebé quer a ternura dos pais, que os pais falem com ele, de modo que assim os miúdos passam o tempo todo num infantário onde se há pessoas que lhes dão amor outras não dão.

NM - Quantos filhos tem?

Sra X - Só uma, com trinta anos.

NM - Disse-me que também fez algumas interrupções. Como foram?

Sra X - Então não fiz... A primeira vez foi horrível. Era uma pessoa que ainda gritou comigo... Eu não gritei nada, custou-me muito em termos físicos, só chorei porque me doía muito...

NM - Estava de quanto tempo?

Sra X - Seis semanas ou sete. Nessas coisas sou muito cuidadosa.

NM - Como é que foi lá parar?

Sra X - Foi muito difícil, naquela altura havia uma enorme dificuldade em encontrar alguém. Mesmo como enfermeira não consegui... Então foi uma velha na Gomes Freire, que diziam que tinha sido enfermeira... Mas naquela altura as enfermeiras antigas não tinham preparação nenhuma. Quanto muito sabiam dar uma injecção. Era numas águas furtadas, e eu já sabia que aquilo era tudo à La Gardere, com ferros sem esterilização, cheguei lá e era um corredor cheio de gente, tudo ali à espera... Cada uma contava a sua história... Um ambiente terrível. E então fisicamente custou-me horrores e ela ainda por cima foi ordinária...

NM - Quanto tempo demorou?

Sra X - Tempo de mais. Quando cheguei a casa chorei, chorei, chorei...

NM - Porquê?

Sra X- Porque sentia uma grande mágoa. Não tinha vontade de fazer aquilo, naquela altura não tinha tido um filho ainda mas também não queria ter um filho que não tivesse um pai. Podia gostar do homem, mas não servia para pai de filhos. E além disso não era casada. Há trinta e tal anos isso fazia muita diferença."

21 dezembro 2006

Madre Teresa de Calcutá disse... 8

"Como é que nós persuadimos uma mulher a não fazer o aborto? Como sempre, nós devemos persuadi-la com amor e nós devemos lembrar-nos de que amar significa estar disposto a doar-se até que doa. (...) Assim, a mãe que pensa em abortar, deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que prejudique os seus planos, ou o seu tempo livre, para respeitar a vida do seu filho. O pai desta criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que doa."

20 dezembro 2006

José Sócrates disse...

"Bem sei que não há soluções mágicas para acabar com essa tragédia clandestina. Sei até que o aborto clandestino sobreviverá a este referendo, seja qual for o seu resultado, como sei que não podemos ter a certeza de que a legalização não implicará, ao menos numa primeira fase, um aumento do número total de abortos."

19 dezembro 2006

Cartoon a Favor da Vida 8


"Man: God, why haven't you sent us people with cures for cancer and AIDS, and answers to world hunger and all our social problems?

God: I did!

Man: But... but... where are they!?

God: You aborted them!"

Descobrimos este cartoon de Wayne Stayskal, no Fortune City.

Clica na imagem para a aumentares.


5 Clínicas a Favor do Não

"Cinco das 21 maiores instituições de saúde privadas com serviço de obstetrícia, existentes em Portugal, rejeitam a possibilidade de realizar abortos, caso os portugueses votem pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) no referendo de 11 de Fevereiro.

De acordo coma edição deste sábado do semanário «Expresso», entre as cinco unidades estão

os Hospitais Cuf,


a Clínica de Santo António, em Lisboa,


a Casa de Saúde da Boavista, no Porto,


a Clínica de São Lázaro, em Braga,


e a Clínica de Todos-os-Santos, em Lisboa.


Estas unidades de saúde recusam praticar abortos alegando «questões de ordem ética e deontológica» e mostram unanimidade em não querer «transformar a IVG num mero método contraceptivo», de acordo com o mesmo jornal.

(...) No caso da Clínica de São Lázaro, foram os obstetras de serviço que votaram por unanimidade contra as práticas abortivas, refere o «Expresso».

Entre as 21 clínicas visitadas, apenas

o Hospital SAMS, em Lisboa,


o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa


e a Clínica Particular de Barcelos


garantiram que vão agir «em conformidade com a lei», enquanto as restantes instituições optaram por não se manifestar sobre o assunto."

Encontrámos este artigo no Correio da Manhã.

18 dezembro 2006

"Contra o «Direito» ao Aborto"

Este é um pequeno excerto de um artigo de Graça Franco, que pode ser encontrado na Agência Ecclesia.

"A nova lei visa criar um curioso «direito ao aborto» concedendo total primazia à conveniência da mulher sobre o direito à própria vida do filho no período inicial de gravidez. Sem que se exija sequer, como acontece na lei em vigor, a existência de um conflito de «interesses» vagamente proporcional (direito à vida e saúde da mãe face ao direito à vida do filho, etc.)

Não significa isto que a Lei actual é boa e a futura é má. (...)

Neste caso, não há razoabilidade nem proporcionalidade. Invocar direitos de preservação da «dignidade social» é aceitar que o exercício da sexualidade da mulher e do homem deve permanecer sujeito à ditadura das aparências e das conveniências dando cobertura legal à mais retrógrada hipocrisia. Além disso omite-se que até o prazo (dez semanas!) não é mais do que uma concessão temporária. No projecto inicial do PS, a liberalização total era proposta até às doze semanas.

E porquê este recuo para as dez semanas quando a ciência nos mostra que às oito o feto tem já todos os órgãos e estruturas que se encontram no recém-nascido e que estas só precisam a partir daí de «amadurecer»? Aparentemente a nova data surge apenas porque às dez impressiona menos do que às onze «quando o bebé já chucha no dedo».

Curiosamente, contudo, a pergunta do referendo não fala em liberalização ou legalização. Fala apenas de «despenalização» criando a ilusão de que o que se pretende é tão só deixar de «aplicar pena». Como aconteceu, por exemplo, com a despenalização do consumo de drogas que nem por isso passou a ser considerado lícita nem legal. (...)

Mas do que se trata não é de «despenalização». Para isso bastava acolher uma das várias soluções jurídicas sobre a mesa. Trata-se de tornar a sua prática «legal» com o próprio Estado a obrigar-se a proporcionar os respectivos meios no SNS ou, em caso de necessidade, a custeá-lo em clínicas privadas desviando para esse fim os escassos recursos do serviço de saúde.

Ou seja o Estado que não tem meios para proporcionar uma verdadeira cultura de «vida», apoiando as mulheres em situação de grave carência económica, é o mesmo que garante que se a opção for pela «morte» os custos correm a seu cargo. «O nosso cargo!». Como lembra a última nota da Conferência Episcopal «A mulher tem o direito a decidir se concebe ou não. Mas desde que uma vida foi gerada no seu seio, é outro ser humano, em relação ao qual tem particular obrigação de o proteger e defender.» e o dever de respeitar a nova vida."

15 dezembro 2006

Movimento "Diz Que Não" e Comunicado da Mulheres em Acção

Segundo o site da plataforma "Não Obrigada", foi hoje, às 16h00, a apresentação do movimento "Diz Que Não", no Bar do Rio, no Cais do Sodré.

Aproveitamos também para publicar o comunicado feito pela associação Mulheres em Acção, no dia 11 de Dezembro.


"O Senhor Presidente da República convocou o referendo sobre o aborto para o próximo dia 11 de Fevereiro.

A associação Mulheres em Acção inclui entre os seus princípios o de que «a vida humana é inviolável» e de que «essa dignidade e valor devem ser respeitados desde o momento da concepção até à morte natural». Por outro lado, consideramos que o aborto (legal ou clandestino) é uma violência e um ultraje à dignidade pessoal e feminina da mulher. E julgamos que a legalização do aborto convida à contraposição entre a mulher-mãe e o seu filho não nascido. E isso é absurdo, desumano e repugnante: ou se salvam ambos ou, se perde o filho, também a mulher se perde de algum modo.

A Associação irá, portanto, bater-se pela Vida e pela Mulher, contra a liberalização do aborto. Para este efeito, criámos já um site específico –
www.portinaoaborto.com – que podem visitar e consultar regularmente. Convidamos todos os nossos sócios a participar nesta campanha, na medida das suas possibilidades: fazendo algum donativo (conforme se explica no referido site), cooperando com a nossa Associação e, ou com algum dos movimentos cívicos favoráveis à Vida no esforço da campanha. Sobretudo, contamos que todos saibamos explicar – com serenidade e respeito pelos outros – as razões do Não.

Pelo nosso lado, estaremos disponíveis para dar o apoio que julguem necessário.

Pela Associação

Alexandra Teté

Maria Phoebe Castro Henriques

Madalena Simas"

2º Cartaz do "Não Obrigada"


Foi afixado, ontem, dia 14 de Dezembro, o segundo cartaz da campanha da plataforma "Não Obrigada", em frente ao Hospital Santa Maria, de Lisboa, na presença de Maria José Nogueira Pinto.

Nesse mesmo dia, no Auditório da Biblioteca da Câmara Municipal de Palmela, realizou-se um debate, organizado pela Rádio Pal, que contou com a participação de Cláudio Anaia e Odete Santos.

12 dezembro 2006

"A Vida: Um Dom e Um Desafio"

Segundo o blog da ADAV-Viseu, vai-se realizar uma conferência intitulada "A Vida: Um Dom e Um Desafio", no dia 15 de Dezembro, às 21h00, no Auditório do Complexo Paroquial de Mangualde. Será moderada pelo Dr. Pedro Monteiro e contará com as seguintes presenças:

- D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, com "A Igreja Perante a Vida"

- Prof. Dr. Alves da Moura, com "A Medicina e a Vida"

- Dr. Luís Marques, com "Uma Nova Vida: Problemas e Desafios"

- Prof. Dr. Carlos Ramalheira, com "Escolher a Vida: Emoções e Razões"

A conclusão será feita pelo Pe. Pinto Lobinho. Tentaremos estar presentes, com a convicção de que valerá a pena!...

Maria José Nogueira Pinto disse... 1

"Todos sabemos que, nesta matéria, o verdadeiro direito de escolher é o direito a uma sexualidade saudável e responsável, direito onde se inclui a possibilidade de optar quer quanto ao número de gravidezes, quer ao momento em que devem ocorrer.

Todos sabemos que não existe ainda uma efectiva igualdade de oportunidades entre as mulheres, que muitas não acedem à formação e informação necessárias, que a rede de planeamento familiar não funciona eficazmente, que os anticonceptivos não são gratuitos, que as leis laborais não são cumpridas, que o apoio à família e à mulher grávida é insuficiente, que o combate à pobreza e exclusão social é incipiente, que os grupos de risco - adolescentes, toxicodependentes, doentes mentais, prostitutas, etc não têm uma prevenção efectiva e que, face a uma paternidade irresponsável, a mulher fica muitas vezes só.

Qual é então o grau de eficácia desta lei no que se refere às causas referidas? É zero. Pior, ela traduzir-se-á, na prática, numa capitulação, numa desistência, remetendo para os serviços de saúde a «solução» de problemas sociais que deviam ser tratados noutra sede e a montante."

11 dezembro 2006

"Aborto? Não, Obrigado!" de Orlando Castro

Recebemos um e-mail de um leitor deste blog (a quem agradecemos), a indicar-nos o seguinte texto, do jornalista Orlando Castro, publicado no blog Alto Hama:

"Tal como no referendo anterior, a sociedade portuguesa mobiliza-se para discutir a questão do aborto, rotulada de interrupção voluntária da gravidez para que, creio, todos percebam melhor. Uns, os que já nasceram, não têm problemas em ser a favor do «sim», a favor de uma lei que sabem nunca os atingir. Os outros, os do «não», onde me incluo, não querem para os outros o que não querem para eles. Ou seja, se eu tive direito à vida… todos os outros devem ter o mesmo direito.

A tudo isto acresce que defender o «sim» é a mais pura e paradigmática forma de cobardia. Ou seja, se a sociedade não consegue dar condições de vida (aos pais, mas sobretudo às mães), então mate-se quem não tem direito de defesa.

Noutro patamar, seria mais ou menos como a sociedade não ter capacidade para combater o roubo de carros e, para resolver a questão, decidisse legalizar essa actividade, descriminalizando os autores.

Eu sei que, para muitos socialistas, sociais-democratas, comunistas e afins é mais fácil dizer a uma mãe que pode e deve abortar do que lhe dar condições de dignidade que lhe permitam criar o filho. Para mim isso é cobardia e aceitação da falência de uma sociedade solidária e digna.

Por isso: Aborto? Não, Obrigado!

(Se calhar, já que a legalização do aborto não tem efeitos retroactivos – é pena! -, a melhor forma de nos vermos livres de futuros políticos medíocres como os que agora proliferam por aí seria votar «sim». Mesmo assim… voto «Não»).

Nota: Até ao referendo este texto terá direito à vida. Volta e meia estará por aqui.
"

Movimento "Liberalizar o Aborto? Não!"

Segundo o blog Pela Vida, vai ser apresentado amanhã (12 de Dezembro), às 17h30, no Auditório do IPJ (junto ao antigo estádio Mário Duarte), em Aveiro, o movimento "Liberalizar o Aborto? Não!".

Não deixes de assinar também, durante a sessão, contribuindo para a
"recolha de assinaturas para a legalização do movimento como parte no referendo, de acordo com a lei do referendo". São cada vez mais os movimentos pela vida... Desejos de um bom trabalho a este movimento que começa a dar os primeiros passos!

"Custos Com o Aborto Podem Aumentar"

Encontrámos esta notícia, de hoje na Fábrica dos Conteúdos.

"Segundo estimativas da Associação para o Planeamento Familiar e de outras fontes da área da saúde, contactadas pelo Correio da Manhã, todos os anos são realizados entre 25 mil a 30 mil abortos ilegais. Assim, se estas intervenções passarem a ser suportadas pelo Estado, os custos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) deverão aumentar entre 20,7 milhões de euros (com base nos abortos com medicamentos) e 26,8 milhões de euros (com necessidade de internamento).


Os hospitais públicos realizaram um total de 906 abortos em 2005, dentro dos critérios clínicos previstos na lei. Nos casos em que houve internamento e intervenção cirúrgica o custo foi de 1.074 euros e a interrupção feita através de medicamentos (como pílula abortiva ou RU-486) teve um custo de 829 euros. Estes números têm vindo a aumentar todos os anos, com 834 abortos registados em 2004 e 721 em 2003.

Jorge Branco, director da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, refere ao mesmo jornal que um terço dos abortos legais é feito com recurso à pílula abortiva, «tratamento que na maioria dos casos dispensa internamento e ida ao bloco operatório». Os outros dois terços são efectuados através de uma intervenção cirúrgica, com recurso a dilatação e raspagem por aspiração. Segundo a tabela de preços do SNS, cada dia de internamento custa ao Estado entre 71 e 414 euros.

Luís Graça, director do serviço de Ginecologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e presidente do Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos, adianta que os hospitais não têm meios nem devem funcionar para fazer abortos por opção da mulher. Segundo o responsável, «os hospitais públicos não têm vocação para fazer interrupções de gravidezes. Existem para tratar os doentes. Além disso, não temos meios nem recursos para poder acorrer a esses casos e também não vou deixar de operar uma mulher com um tumor nos ovários para dar prioridade a outra mulher que não está doente, mas que quer abortar e não pode entrar em lista de espera».

«A mulher pode ter esse direito, mas terá de suportar os custos, tal como já o faz no privado. Não devem ser os contribuintes a pagar», acrescenta Luís Graça.

O presidente do Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos adianta que actualmente existem já «dezenas» de clínicas que funcionam clandestinamente no país e dispõem de «condições aceitáveis» para a prática de voluntários gravidez (IVG). Assim, Luis Graça acredita que caso vença o «sim» no referendo não se colocarão problemas de resposta. As clínicas privadas «vão aparecer como cogumelos», adianta o responsável, citado pelo Público, acrescentando que até serão «mais do que as necessárias», o que possibilitará uma concorrência e a descida de preços."

09 dezembro 2006

Justice Foundation e Norma McCorvey em Portugal

A Juntos Pela Vida e a Missão Vida organizaram um encontro, na Faculdade de Letras de Lisboa, no dia 5 de Dezembro. Norma McCorvey (também Jane Roe, o nome que usou no caso Roe VS Wade, em 1973, nos EUA) marcou presença e disse:

«Não sou uma oradora hábil nem uma juíza. Sou, pelo contrário, uma pessoa que trouxe destruição para mim, para outras mulheres e para 43 milhões de bebés (o n.º de abortos realizados legalmente, nos últimos 33 anos, nos EUA) no meu país».



Encontrámos mais sobre a conferência no site do PortugalDiário: "Representantes da organização norte-americana Justice Foundation defenderam (...) que Portugal deve dar um exemplo ao seu país e dizer «não» no referendo à despenalização do aborto. Na conferência (...)., a interrupção voluntária da gravidez foi descrita como estando na origem de comportamentos marginais. (...)

A activista - que nunca chegou a abortar, porque a duração do caso judicial em que se envolveu ultrapassou o tempo de gestação - disse que alterou a sua visão sobre a interrupção voluntária da gravidez depois de ter trabalhado em clínicas onde ela era praticada. No seu depoimento, McCorvey acusou os advogados que a representaram, em 1973, de a terem enganado e a terem «usado para tornar o aborto legal nos Estados Unidos», em vez de a auxiliarem a «deixar as drogas e o álcool» e de a ajudarem a «entregar o seu filho para adopção».

O depoimento da mulher, de 59 anos, foi precedido pelo testemunho de outras três mulheres também norte-americanas - Cynthia Collins, Myra Meyers e Rebecca Porter -, que se centraram na forma negativa como o recurso ao aborto as afectou. «Tentei cometer suicídio e passei por várias overdoses porque me odiava pelo que tinha feito», confessou Porter, afirmando que o álcool e as drogas se tornaram um refúgio, em parte da sua vida, após ter abortado. Um relato semelhante à das outras duas activistas.

Além da «defesa da vida», os conferencistas colocaram a tónica das suas intervenções também nas consequências negativas do aborto na saúde das mulheres e nos seus potenciais efeitos desestruturantes, a nível pessoal e social.

Claytton Trotter, conselheiro jurídico da Justice Foundation, afirmou que, nos EUA, o número de mulheres a cumprir penas judiciais subiu enormemente depois de 1973, e apontou que numa sondagem à comunidade prisional feminina, 60 por cento das mulheres disse que na origem do seu percurso marginal esteve a prática de um aborto. Razão que levou o jurista a defender: «É melhor instaurar alguns processos [a mulheres por interromperam a gravidez] do que enviar milhares de mulheres para a prisão».

Reed Olson, outro activista, sublinhou por seu lado que a liberalização poderá ter um efeito despenalizador das consciências e levar progressivamente ao alargamento do período em que é permitida a interrupção da gravidez, potencialmente, quase até ao nascimento do bebé.

O activista norte-americano ilustrou este «perigo» com alguns processos abortivos já praticados no seu país em fase avançada de gestação e deixou um repto aos portugueses para que votem «não» no referendo. «Por favor não sigam este exemplo. Sejam um exemplo para nós. Nós precisamos dele. Não recusem a vossa convicção de proteger a vida, porque os olhos do mundo estão aqui. Não atravessaríamos o Atlântico se não fosse assim»."

Vê também aqui a reportagem que passou no Telejornal da RTP, no dia 4 de Dezembro, sobre a vinda da Justice Foundation e de Norma McCorvey a Portugal.

1º Cartaz do "Não Obrigada"


Foi afixado, na última Sexta-Feira, dia 8 de Dezembro, o primeiro cartaz da campanha da plataforma "Não Obrigada", na área da Grande Lisboa. Aguardamos ansiosamente as próximas acções!

Défice Demográfico

Este é o comunicado da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, feito a 30 de Novembro de 2006, sobre o défice demográfico no nosso país.


Clica na imagem para a aumentares.

"O INE publicou hoje as estatísticas demográficas referentes a 2005, tendo-se registado 109 457 nascimentos, a que corresponde um índice sintético de fecundidade de 1.47, bem longe dos necessários 2.1 para que haja renovação de gerações.

Para que isso acontecesse, seriam necessários mais 47 000 nascimentos.

Como tal, o défice demográfico já ultrapassou os 900 000 jovens e crianças, razão pela qual têm sido fechadas escolas, vão ser encerradas universidades e não irá haver gente suficiente para pagar as pensões de reforma.

Os números hoje revelados confirmam o que a APFN tem vindo a afirmar: as projecções feitas pelo INE estão baseadas em valores errados, assim como os que foram assumidos no Relatório de Sustentabilidade de Segurança Social.

Estando o Governo, e bem, preocupado com os 6% de défice das finanças públicas, é de admirar não estar minimamente preocupado com o défice de mais de 40% de natalidade que Portugal tem vindo a registar nos últimos anos! Pelo contrário, até parece achar que há nascimentos a mais, estando tão empenhado em promover e financiar o aborto, em vez de, como seria natural, apoiar os pais e mães como acontece na esmagadora maioria dos países europeus.

A APFN insiste na necessidade de serem apresentadas, com urgência, projecções realistas da população, assim como de se recalcular o impacto dessas projecções realistas na (in)sustentabilidade da Segurança Social e, mesmo, das finanças públicas, como a Comissão Europeia já alertou."

"Can I Live?" de Nick Cannon



Este vídeo já foi publicado no site do "Não Obrigada" e no Blogue do Não.

Há alguns problemas na publicação do vídeo.
Se não o conseguires visualizar, tenta aqui.

08 dezembro 2006

Rui Pedro Paiva disse...

"Será que se, num casal, a mãe decidir que vai abortar antes das 10 semanas de gravidez, o pai não poderá opor-se, visto tratar-se do corpo da mulher? Penso que este argumento é perigoso, porque justifica, por exemplo, que uma mulher solteira que engravidou seja abandonada pelo companheiro: «O corpo é dela, eu não tenho nada com isso!». Acho que diminuir deste modo o papel do pai é simultaneamente violento e desresponsabilizador."

06 dezembro 2006

Direito a Ser Desejado?

Encontrei, numa pesquisa pela blogosfera, este texto de Marta Rebelo, no Blogue do Não. Achei muito interessante:

"Lê-se no
Público on line de hoje [13 de Novembro] que «Os Médicos Pela Escolha, também favoráveis à despenalização do aborto, realizaram este fim-de-semana mais uma acção de formação interna» em que «discutiram a questão da vida humana, colocando a tónica no "direito de uma criança a ser desejada"».

Daqui retiram-se duas conclusões:
1.ª - Que estes «Médicos Pela Escolha» reconhecem a vida humana do embrião.
2.ª - Que para estes senhores a tónica da questão da vida humana se coloca no direito a ser desejado. Querendo com isto dizer, aparentemente, que é legítimo acabar com uma vida humana se ela não for desejada.

Ora, este raciocínio, onde se reconhece a vida humana do embrião, enferma de vários vícios, propositados, ou não, que me suscitam as seguintes questões:

1.- A que título é que a violação do direito a ser desejado pode dar origem à permissão de que se fira o único direito cuja lesão é verdadeiramente irreparável, ou seja, a vida? Será lícito atribuir um direito menor (ser desejado) para justificar a lesão de um direito maior (a vida que se reconhece ser humana)?

2.- Se de facto defendem a existência do «direito de uma criança a ser desejada», deveriam igualmente defender o correlativo «dever de a desejar», uma vez que um direito dessa natureza só pode ser satisfeito por outrem. A quem caberia esse dever de desejar? Que sanções para a falta do seu cumprimento?

3.- Será que tal direito a ser desejado existe verdadeiramente? Ou trata-se somente de entender que seria desejável que todos fossem desejados? Será que o direito pode impor a alguém que deseje?

4.- Será que o que está aqui em causa não é, mais uma vez, única e exclusivamente a perspectiva da mãe que aborta e que se arroga o «direito de não desejar o filho»?

5.- Será que o direito, apesar de não poder exigir que a mãe deseje o filho, não deverá impor que ela suporte esse incómodo (que é real, não o nego) em nome do direito à vida humana do filho que até os «Médicos Pela Escolha» reconhecem existir?"

Cartoon a Favor da Vida 7

Encontrámos este cartoon de Dana Summers, no Daryl Cagle's Professional Cartoonists Index.

Bebé Dador

Encontrámos este artigo, no site A Aldeia, sobre uma das consequências da despenalização do aborto: fazerem-se abortos com a intenção de usar os orgãos do bebé para transplantes. Todos os casos aqui retratados são de bebés com mais de 10 semanas, mas, pela experiência dos outros países, sabemos que legalizar o aborto até às 10 semanas irá levar-nos a estender os prazos até cada vez mais tarde...

"Com o advento do aborto livre, parece impossível travar o uso de abortos com o único propósito de conseguir órgãos ou tecidos para transplantes. Ficaram famosas as histórias dos pais que decidiram ter mais um filho com o único objectivo de arranjar um dador de medula óssea para um irmão mais velho. Nestes casos, o bebé dador poderia viver. Contudo, imaginemos casos semelhantes em que o bebé não pode sobreviver (como será o caso de ser necessário um transplante de coração, fígado, rins, etc). Haverá alguma lei que impeça os pais de gerarem um filho só para retirar órgãos para o outro filho doente?

Um adulto de 28 anos recebeu os testículos de um rapaz abortado aos seis meses. A cirurgia foi um sucesso. O bebé foi morto. (Cf. Reuters News Agency, June 12, 1972)

O Dr. A. Ammann, da Universidade da Califórnia, transplantou glândulas de dois fetos para duas crianças mais velhas. Os dois «dadores» foram mortos. (Cf. Time Magazine, Feb. 28, 1972, p. 54)

O Dr. Kekomaki «saqueou» os órgãos de bebés com mais de sete meses, abortados vivos, sem sequer lhes dar anestesia. Uma enfermeira que viu uma destas «operações» disse que o bebé era um rapaz, com o corpo completamente formado e que fora abortado vivo. O medico tirou-o da incubadora ainda vivo e abriu-lhe o abdómen para lhe tirar o fígado. Quando pediram ao medico que explicasse uma tal operação, ele limitou-se a dizer que um bebé abortado é lixo.
(Cf. Ur Sunday Visitor . «Cardinal Relates Horror Story About Human Fetuses.» March 29, 1987, page 23.)

Uma californiana, cujo pai sofria da doença de Alzheimer, pediu para ser submetida ao seguinte processo: ser inseminada artificialmente com esperma do pai; abortar o filho; transplante de tecidos do cérebro do filho para o pai/avô.


Uma outra mulher, cujo pai tinha um problema de rins, pediu para ser submetida a um processo semelhante: inseminada com esperma do pai; aborto do bebé no final da gravidez; transplante dos rins para o pai/avô.
(Cf. Scoreboard, 1988 General Election Special Edition, page 10.)

O leitor interessado em mais informações sobre o assunto poderá consultar «Fetal Tissue Research: Cannibalizing Our Children.» - Folheto de quatro páginas e que pode ser pedido à American Life League, Post Office Box 1350, Stafford, Virginia 22554."

05 dezembro 2006

Plataforma "Não Obrigada"

Foi hoje a apresentação da Plataforma "Não Obrigada", em Lisboa, como anunciámos num post anterior. Conheça esta Plataforma através do seu site e saiba quem são e porque vão dizer "não" no referendo de 11 de Fevereiro. Desejamos um bom trabalho a todos os membros do "Não Obrigada", e força nesta luta pela defesa da vida!

"Nada do Outro Mundo" - Entrevista 3

Esta é a terceira parte da entrevista. A primeira e a segunda parte já foram publicadas, anteriormente.

"NM - O processo em si, como é que é? Há cuidados a ter antes e depois?

Sra X - Peço-lhes que não venham com o estômago cheio, porque podem querer vomitar, ainda que seja raro isso acontecer. E a seguir mando-as fazer um antibiótico ou um anti-inflamatório, embora às vezes seja o próprio médico a fazer o receituário. De resto mais nada... No dia seguinte, pode fazer a vida dela normal. Isto é uma técnica simples, não tem nada do outro mundo. Há é pessoas que empolam a situação.

NM - Quanto tempo é que leva, mais ou menos?

Sra X - Vinte minutos, meia hora. Depende muito. E eu faço tal e qual como se deve fazer, dilatação do colo, e depois a aspiração é uma coisa rápida.

NM - E é doloroso?

Sra X- Não... Porque o útero não dói. Mas claro, se for uma pessoa que tem uma inflamação, quando o útero se contrai evidentemente que pode ter uma dorzinha...

NM - Não usa anestesia?

Sra X - Não. Uso um anti-espasmódico uma hora antes, para que fique tudo mais relaxado. E depois faço uma sedação. É só.

NM - E tem uma conversa com as pessoas, a seguir?

Sra X - Não, a conversa é sempre antes. Explico-lhes tudo, mostro-lhes os bonequinhos que eu tenho aí num livrinho, mostro-lhe um desenho, como é como não é, os prós e os contras. Tudo muito bem explicado. E as pessoas depois disso ficam mais calmas.

NM - E quais são, os prós e os contras?

Sra X - Os prós, só elas sabem, a razão que as leva lá. Os contras, em princípio o único contra é faltar a electricidade enquanto se está a fazer... E aí ou se acaba manualmente ou se espera. Mas é muito chato. Não que doa, mas é menos fácil.

NM - As pessoas aparecem aqui um bocado nervosas, não?

Sra X - Nervosas, ansiosas, sim. E há quem já tenha tido experiências anteriores muito traumatizantes... E eu sei o que isso é, porque eu também já tive as minhas interrupções. Está a ver, eu separei-me do meu marido muito nova. E nessa altura não havia nada... Há trinta anos não havia pílula, não havia dispositivo intra-uterino... E as pessoas que faziam as interrupções eram muito agressivas, não tinham uma conversa, era tudo toca a marchar.

NM - Se calhar ainda há gente assim...

Sra X - Existem, tenho conhecimento disso. As pessoas aparecem-me aqui e contam, dizem-me que isto não tem nada a ver... Primeiro, nunca junto ninguém. As pessoas têm direito à sua privacidade. Para isso é que pagam. E têm direito a ser assistidas como deve ser. As pessoas que vêm cá têm direitos! Evidentemente que se eu não quiser fazer não faço, ninguém me obriga. Mas as pessoas pedem-me, pagam, podem exigir. Exigem sigilo, que nem é preciso, porque isso é uma coisa mútua...

NM - Nunca teve medo de ter problemas com a polícia, ou coisa do género?

Sra X - Não, porque normalmente as pessoas quando vêm, vêm sempre da parte de alguém.

NM- A verdade é que as únicas pessoas presas por isto são as que tiveram problemas porque causaram a morte de alguém...

Sra X - Pois. E isso acontece porquê? Porque as pessoas não são vistas por um médico antes e podem ter um problema cardíaco, uma leucemia, um problema de plaquetas e começar a sangrar e nunca mais parar...

NM - E pode ser uma gravidez mais avançada do que se confessa...

Sra X - Ah, mas eu examino primeiro e quando tenho dúvidas mando fazer uma ecografia. E já tenho tido surpresas.

NM - Mesmo sendo as pessoas enviadas pelo médico?

Sra X - Sim. Ou porque a doente foi lá e diz que tem uma falta de período de dias... Só que há pessoas que estão grávidas e continuam a ter o período. São períodos falsos... E o médico não vê assim um grande volume e dá-lhe o meu endereço. Mas eu vejo sempre antes, faço um toque...

NM - Já lhe aconteceu recusar fazer um aborto?

Sra X - Já, já. Normalmente mando para uma clínica onde sei que há condições capazes. O médico de lá nem me conhece, mas é uma pessoa que me merece confiança, inclusivamente tem sangue se for necessário... Tem tudo o que é preciso.

NM - Qual foi o tempo mais adiantado que já lhe apareceu?

Sra X - Doze, treze semanas. Mas há clínicas que fazem até às dezasseis semanas. Há uma no Porto, por exemplo, da qual tenho as melhores referências.

NM - Já fez algum aborto a uma seropositiva?

Sra X - Já. Uma colega sua, uma jornalista, por acaso. Ela é que me disse que era seropositiva. Era uma pessoa muito reservada, foi logo no início de se ouvir falar de sida. E esteve cá uma segunda vez...

NM - Era portanto uma seropositiva que não tomava grandes precauções. E é muito diferente, fazer um aborto nessas circunstâncias?

Sra X - O material habitualmente é quase todo de usar e deitar fora. E neste caso, usa-se mesmo tudo de usar e deitar fora, cânula, tubo de aspiração, espéculos... E vai tudo para o lixo do hospital.

NM - E aos restos do aborto, o que é que se faz?

Sra X - Aquilo sai tudo em líquido.

NM - Que tamanho tem um embrião de oito semanas?

Sra X - Para aí vinte milímetros, dois centímetros e meio... É mínimo. Aliás é muito poucochinho o que sai.

NM - Acontece-lhe perguntar às pessoas se querem ver?

Sra X - Se há pessoas que estão naquela ideia de que aquilo tem forma, eu digo-lhes que se quiserem vêem, que aquilo é tal e qual como se fosse uma menstruação. Evidentemente que eu sei que não é a mesma coisa que uma mestruação, que são células embrionárias. Mas de aparência, para uma pessoa leiga, é tal e qual.

NM- E isso é para quê? Para que as pessoas não saiam daqui a pensar que mataram uma criança?

Sra X - Exactamente. Só por isso. Porque de facto não se justifica."

Referendo do "Dia Seguinte"

"O líder do CDS-PP disse esta quinta-feira no Algarve que o referendo sobre o aborto agendado para Fevereiro é um referendo «do dia seguinte» e que só acontece «porque a esquerda não aceitou o resultado de 98».

José Ribeiro e Castro falava em Albufeira, durante um jantar que reuniu cerca de 60 militantes e simpatizantes do partido, para encerrar a secretaria-geral aberta que decorreu durante esta semana no Algarve.

O CDS-PP, único partido com posição oficial contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, tinha defendido a realização do referendo a 25 de Março, mas o líder do partido mostrou-se satisfeito com a data escolhida, argumentando ser melhor do que em Janeiro.

O Presidente da República, Cavaco Silva, anunciou quarta-feira a sua decisão de convocar o referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez para 11 de Fevereiro de 2007.

Considerando que a despenalização do aborto é uma evolução «profundamente negativa» para Portugal e até uma «contra corrente» com o progresso científico, Ribeiro e Castro reiterou que o problema do aborto não se resolve através da legalização.

«A resposta ao problema do aborto não é legalizá-lo e introduzi-lo no sistema de saúde, nem fechar maternidades e abrir clínicas de aborto», salientou o líder dos democratas cristãos.

Sublinhando que a questão do aborto não tem a ver com a consciência individual, mas sim com «valores sociais fundamentais», Ribeiro e Castro aproveitou para chamar a atenção do Governo para que preste um maior apoio a iniciativas de ajudas de mãe e de berço."

Encontrámos esta notícia, de dia 1 de Dezembro, no Diário Digital. Para saber mais sobre este assunto, leia, no Diário Online da Região Sul, um artigo mais detalhado de Edgar Pires.

04 dezembro 2006

«Não Obrigado»

Encontrámos este artigo, de Lígia Silveira, na Agência Ecclesia.

"Nasce oficialmente amanhã a Plataforma «Não Obrigado», agregadora de vários movimentos que se manifestam contra a despenalização do aborto, afirmando-se «prontos para esclarecer os portugueses sobre o que está em causa».

Sandra Anastácio, responsável e um dos pivots da Plataforma, afirma à Agência ECCLESIA que «queremos uma campanha moderna, dinamizadora, feita no feminino».

O aborto é uma questão feminina e «embora sintamos que o homem não deve estar de fora desta questão, pela forma como a pergunta está feita, o homem fica de fora». Manifesta o desejo de uma campanha «moderna, inovadora e sobretudo muito séria, esclarecedora e muito serena».


Segundo Sandra Anastácio está em causa uma liberalização da lei do aborto. A Plataforma mostra-se contra a forma «como a pergunta está feita porque fala na despenalização até às 10 semanas», explica, acrescentando que «o aborto está despenalizado desde 1984 no que diz respeito à deficiência do feto, violação e problemas de saúde para a mãe; o que está em causa é que à mulher, a seu pedido, seja feito um aborto num serviço público ou numa clínica privada financiada pelo Estado», situação com a qual não concordam.


A esta posição juntam-se pessoas de várias áreas de formação e de várias áreas científicas. «É um grupo de pessoas que de acordo com a sua experiência se opõem à sua liberalização.» afirma a directora da Ajuda de Berço.


O primeiro passo que pretendem dar «é esclarecer que a pergunta está mal feita, porque o que se propõe é uma liberalização até às 10 semanas» e sobretudo «esclarecer sobre o que é o aborto, sobre o que de facto deveríamos estar a discutir, que é dar um apoio maior à maternidade, à mulher e às crianças» enuncia. Em vez disso, «estamos a discutir o aborto, mas vamos dar o nosso contributo enquanto cidadãos para uma discussão abrangente com profissionais de várias áreas».


As conferências e as formações em que apostam serão lugar de esclarecimento, nomeadamente de estudos realizados noutros países onde o aborto foi liberalizado, e que viram a taxa aumentar substancialmente. «Vamos hoje receber americanos em Portugal, que vêm dar o seu testemunho, porque todos os países que liberalizaram o aborto tem-se observado desde a data de liberalização que o aborto tem aumentado muitíssimo. É um facto comprovado. Não diminui o número, antes pelo contrário, pois o aborto é utilizado como contracepção».


Amanhã, no Centro de Congressos de Lisboa, pelas 12h30 - como já anunciámos num post anterior -, várias personalidades públicas darão o seu testemunho e o «seu contributo para esta campanha até ao referendo» lançando assim o terreno para um debate que pretendem esclarecedor."

Apresentação: Plataforma "Não, Obrigado"

Recebemos um e-mail do Juntos Pela Vida a anunciar a apresentação da Plataforma "Não, Obrigado", que se vai realizar no dia 5 de Dezembro, às 12h30, no Auditório III do Centro de Congressos de Lisboa (antiga Fil-Junqueira). Vamos tentar estar presentes e convidar-te a fazeres o mesmo!

Ausência

Por razões técnicas, não foi possível aos membros do blog publicar durante alguns dias. Pedimos desculpa pela ausência e prometemos continuar o trabalho feito até agora.

Para mais informação acerca da questão do aborto e do que se passou nestes dias, visita os blogs que têm links, no lado direito do blog.