Não Consigo...
Encontrámos este artigo do Dr. Vítor Costa Lima, em A Aldeia.
"Não consigo deixar de me impressionar com a morte de uma criança, principalmente quando é provocada por um adulto.
E não consigo também, pela formação científica (biológica e médica) que tenho, deixar de olhar para o momento da fecundação de um óvulo por um espermatozóide como um momento ímpar, o do nascimento de uma criança.
Sei que quer o óvulo quer o espermatozóide são células maduras, condenadas à morte. E que no momento em que se unem há uma explosão biológica. Os vinte e três cromossomas de cada um deles unem-se e forma-se um novo núcleo, com quarenta e seis cromossomas, com um genoma completamente novo e que nunca se repetirá. Um genoma de um ser humano.
Sei que aquela célula - o zigoto, se começa a dividir activamente, em duas, quatro, oito, dezasseis… e rapidamente aquela "massa" de células " (uma criança) começa a produzir hormonas que vão interferir com o organismo da mãe. Fazem proliferar a camada interna do útero, preparando tudo para a sua nidação. E, uma vez um pouco diferenciadas em blastocito nidam no útero materno, começando a alimentar-se dele.
Sei que esse aglomerando de células se começa a diferenciar rapidamente, e que os órgãos vitais de um organismo humano vão surgindo a uma velocidade surpreendente, de tal modo que num embrião (uma criança) de dez semanas estão praticamente todos os órgãos formados, apesar de esse embrião medir uns escassos centímetros.
E que depois tudo se processará numa fase predominantemente de crescimento até que o feto (a criança) atinja as trinta e cinco semanas e nasça uma criança.
Não consigo deixar de olhar para um embrião de poucos dias e ver nele uma pessoa humana. E não é por Fé, por crença religiosa. Não preciso de fé para ver uma criança num embrião. Está lá, a evidência científica diz-mo. Tem de estar lá porque lá está tudo o que constitui uma pessoa humana.
A minha mente de médico recusa fechar os olhos à evidência. E, por isso, e porque para os médicos a vida humana é sagrada, recuso-me a aceitar o aborto provocado, porque para um médico a morte nunca é solução. Tem de haver outra saída. Há sempre outra saída. É preciso imaginação para a descobrir, coragem e inteligência para a pôr em prática. Mas a morte, nunca!
O aborto provocado, nunca!"
2 Comentários:
achei este texto excelente! é o meu 1º comentário apesar de já ser leitor há algum tempo e aproveito para felicitar o blog e desejar boas festas aos membros.
cumprimentos,
C.C.
Alguém consegue contabilizar quantas vidas vão morrer enquanto este senhor tenta encontrar a tal "outra saída" que diz existir mas que ainda ninguém conseguiu encontrar?
Seria certamente interessante, em vez de nos estarmos aqui a distrair uns aos outros com questões que nada têm a ver com o fenómeno do aborto em si.
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