09 dezembro 2006

Justice Foundation e Norma McCorvey em Portugal

A Juntos Pela Vida e a Missão Vida organizaram um encontro, na Faculdade de Letras de Lisboa, no dia 5 de Dezembro. Norma McCorvey (também Jane Roe, o nome que usou no caso Roe VS Wade, em 1973, nos EUA) marcou presença e disse:

«Não sou uma oradora hábil nem uma juíza. Sou, pelo contrário, uma pessoa que trouxe destruição para mim, para outras mulheres e para 43 milhões de bebés (o n.º de abortos realizados legalmente, nos últimos 33 anos, nos EUA) no meu país».



Encontrámos mais sobre a conferência no site do PortugalDiário: "Representantes da organização norte-americana Justice Foundation defenderam (...) que Portugal deve dar um exemplo ao seu país e dizer «não» no referendo à despenalização do aborto. Na conferência (...)., a interrupção voluntária da gravidez foi descrita como estando na origem de comportamentos marginais. (...)

A activista - que nunca chegou a abortar, porque a duração do caso judicial em que se envolveu ultrapassou o tempo de gestação - disse que alterou a sua visão sobre a interrupção voluntária da gravidez depois de ter trabalhado em clínicas onde ela era praticada. No seu depoimento, McCorvey acusou os advogados que a representaram, em 1973, de a terem enganado e a terem «usado para tornar o aborto legal nos Estados Unidos», em vez de a auxiliarem a «deixar as drogas e o álcool» e de a ajudarem a «entregar o seu filho para adopção».

O depoimento da mulher, de 59 anos, foi precedido pelo testemunho de outras três mulheres também norte-americanas - Cynthia Collins, Myra Meyers e Rebecca Porter -, que se centraram na forma negativa como o recurso ao aborto as afectou. «Tentei cometer suicídio e passei por várias overdoses porque me odiava pelo que tinha feito», confessou Porter, afirmando que o álcool e as drogas se tornaram um refúgio, em parte da sua vida, após ter abortado. Um relato semelhante à das outras duas activistas.

Além da «defesa da vida», os conferencistas colocaram a tónica das suas intervenções também nas consequências negativas do aborto na saúde das mulheres e nos seus potenciais efeitos desestruturantes, a nível pessoal e social.

Claytton Trotter, conselheiro jurídico da Justice Foundation, afirmou que, nos EUA, o número de mulheres a cumprir penas judiciais subiu enormemente depois de 1973, e apontou que numa sondagem à comunidade prisional feminina, 60 por cento das mulheres disse que na origem do seu percurso marginal esteve a prática de um aborto. Razão que levou o jurista a defender: «É melhor instaurar alguns processos [a mulheres por interromperam a gravidez] do que enviar milhares de mulheres para a prisão».

Reed Olson, outro activista, sublinhou por seu lado que a liberalização poderá ter um efeito despenalizador das consciências e levar progressivamente ao alargamento do período em que é permitida a interrupção da gravidez, potencialmente, quase até ao nascimento do bebé.

O activista norte-americano ilustrou este «perigo» com alguns processos abortivos já praticados no seu país em fase avançada de gestação e deixou um repto aos portugueses para que votem «não» no referendo. «Por favor não sigam este exemplo. Sejam um exemplo para nós. Nós precisamos dele. Não recusem a vossa convicção de proteger a vida, porque os olhos do mundo estão aqui. Não atravessaríamos o Atlântico se não fosse assim»."

Vê também aqui a reportagem que passou no Telejornal da RTP, no dia 4 de Dezembro, sobre a vinda da Justice Foundation e de Norma McCorvey a Portugal.

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