11 dezembro 2006

"Custos Com o Aborto Podem Aumentar"

Encontrámos esta notícia, de hoje na Fábrica dos Conteúdos.

"Segundo estimativas da Associação para o Planeamento Familiar e de outras fontes da área da saúde, contactadas pelo Correio da Manhã, todos os anos são realizados entre 25 mil a 30 mil abortos ilegais. Assim, se estas intervenções passarem a ser suportadas pelo Estado, os custos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) deverão aumentar entre 20,7 milhões de euros (com base nos abortos com medicamentos) e 26,8 milhões de euros (com necessidade de internamento).


Os hospitais públicos realizaram um total de 906 abortos em 2005, dentro dos critérios clínicos previstos na lei. Nos casos em que houve internamento e intervenção cirúrgica o custo foi de 1.074 euros e a interrupção feita através de medicamentos (como pílula abortiva ou RU-486) teve um custo de 829 euros. Estes números têm vindo a aumentar todos os anos, com 834 abortos registados em 2004 e 721 em 2003.

Jorge Branco, director da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, refere ao mesmo jornal que um terço dos abortos legais é feito com recurso à pílula abortiva, «tratamento que na maioria dos casos dispensa internamento e ida ao bloco operatório». Os outros dois terços são efectuados através de uma intervenção cirúrgica, com recurso a dilatação e raspagem por aspiração. Segundo a tabela de preços do SNS, cada dia de internamento custa ao Estado entre 71 e 414 euros.

Luís Graça, director do serviço de Ginecologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e presidente do Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos, adianta que os hospitais não têm meios nem devem funcionar para fazer abortos por opção da mulher. Segundo o responsável, «os hospitais públicos não têm vocação para fazer interrupções de gravidezes. Existem para tratar os doentes. Além disso, não temos meios nem recursos para poder acorrer a esses casos e também não vou deixar de operar uma mulher com um tumor nos ovários para dar prioridade a outra mulher que não está doente, mas que quer abortar e não pode entrar em lista de espera».

«A mulher pode ter esse direito, mas terá de suportar os custos, tal como já o faz no privado. Não devem ser os contribuintes a pagar», acrescenta Luís Graça.

O presidente do Colégio da Especialidade da Ordem dos Médicos adianta que actualmente existem já «dezenas» de clínicas que funcionam clandestinamente no país e dispõem de «condições aceitáveis» para a prática de voluntários gravidez (IVG). Assim, Luis Graça acredita que caso vença o «sim» no referendo não se colocarão problemas de resposta. As clínicas privadas «vão aparecer como cogumelos», adianta o responsável, citado pelo Público, acrescentando que até serão «mais do que as necessárias», o que possibilitará uma concorrência e a descida de preços."

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