António Borges disse... 1
Seja bem-vindo(a) ao "Sou a Favor da Vida", um blog pela vida! O seu nome indica a posição de quem nele participa face aos problemas da actual "cultura da morte", sejam eles atentados à vida humana ou à vida animal. «You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one. I hope some day you'll join us, and the world will live as one.», John Lennon
Esta é a Declaração de Princípios da Plataforma "Diz Que Não", que nos foi enviada pelo Juntos Pela Vida. Já noticiamos a sua apresentação, no Cais do Sodré, e a sua necessidade de assinaturas.
"1. A Plataforma «DIZ QUE NÃO» surgiu de uma iniciativa de jovens inconformados com a forma como o aborto vitimiza mulheres, bebés e famílias.
2. Constituímos um grupo cívico, sem fins lucrativos e de natureza privada. O nosso objectivo é participar na campanha do referendo com intervenção no meio universitário e na sociedade.
3. Somos independentes e encontramo-nos abertos a qualquer pessoa. Não estabelecemos quaisquer discriminações, nomeadamente em função do sexo, raça, credo, concepção política ou filosófica.
4. A nossa acção assenta na promoção do esclarecimento sobre a liberalização do aborto que irá a referendo em 2007.
5. Trabalhamos para a clarificação dos seguintes pontos:
a) O aborto clandestino não diminui com a liberalização do aborto;
b) O aborto vitimiza a mulher que sofre consequências físicas e psicológicas;
c) O aborto provoca uma morte dolorosa no bebé;
d) As causas socio-económicas do aborto devem ser tendencialmente eliminadas. O Estado deve providenciar a todas as mulheres condições para uma maternidade digna e responsável;
e) O aborto ao ser considerado um crime protege a mulher de pressões laborais e familiares;
f) A natalidade é um dos bens mais necessários ao país do ponto de vista do equilíbrio entre pessoas idosas e população activa;
g) O aborto é um negócio que explora mulheres fragilizadas.
6. Acreditamos na solução real de uma educação da sexualidade ao contrário da promoção de uma falsa alternativa como o aborto;
9. Nós DIZemos QUE NÃO à liberalização do aborto porque dizemos sim à mulher e ao bebé."
A folha das assinaturas está disponível na Internet, no site da Plataforma "Não Obrigada". Para aceder, basta clicares aqui.
Há outros grupos cívicos, em todo o País, que precisam da tua assinatura para conseguirem inscrever-se na Comissão Nacional de Eleições. Só deste modo, conseguem ter direito a tempo de antena, durante a campanha. Podes encontrar as suas folhas de assinaturas e ter acesso aos seus sites, clicando aqui.
Encontrámos este artigo do Dr. Vítor Costa Lima, em A Aldeia.
"Não consigo deixar de me impressionar com a morte de uma criança, principalmente quando é provocada por um adulto.
E não consigo também, pela formação científica (biológica e médica) que tenho, deixar de olhar para o momento da fecundação de um óvulo por um espermatozóide como um momento ímpar, o do nascimento de uma criança.
Sei que quer o óvulo quer o espermatozóide são células maduras, condenadas à morte. E que no momento em que se unem há uma explosão biológica. Os vinte e três cromossomas de cada um deles unem-se e forma-se um novo núcleo, com quarenta e seis cromossomas, com um genoma completamente novo e que nunca se repetirá. Um genoma de um ser humano.
Sei que aquela célula - o zigoto, se começa a dividir activamente, em duas, quatro, oito, dezasseis… e rapidamente aquela "massa" de células " (uma criança) começa a produzir hormonas que vão interferir com o organismo da mãe. Fazem proliferar a camada interna do útero, preparando tudo para a sua nidação. E, uma vez um pouco diferenciadas em blastocito nidam no útero materno, começando a alimentar-se dele.
Sei que esse aglomerando de células se começa a diferenciar rapidamente, e que os órgãos vitais de um organismo humano vão surgindo a uma velocidade surpreendente, de tal modo que num embrião (uma criança) de dez semanas estão praticamente todos os órgãos formados, apesar de esse embrião medir uns escassos centímetros.
E que depois tudo se processará numa fase predominantemente de crescimento até que o feto (a criança) atinja as trinta e cinco semanas e nasça uma criança.
Não consigo deixar de olhar para um embrião de poucos dias e ver nele uma pessoa humana. E não é por Fé, por crença religiosa. Não preciso de fé para ver uma criança num embrião. Está lá, a evidência científica diz-mo. Tem de estar lá porque lá está tudo o que constitui uma pessoa humana.
A minha mente de médico recusa fechar os olhos à evidência. E, por isso, e porque para os médicos a vida humana é sagrada, recuso-me a aceitar o aborto provocado, porque para um médico a morte nunca é solução. Tem de haver outra saída. Há sempre outra saída. É preciso imaginação para a descobrir, coragem e inteligência para a pôr em prática. Mas a morte, nunca!
O aborto provocado, nunca!"
"Como é que nós persuadimos uma mulher a não fazer o aborto? Como sempre, nós devemos persuadi-la com amor e nós devemos lembrar-nos de que amar significa estar disposto a doar-se até que doa. (...) Assim, a mãe que pensa em abortar, deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que prejudique os seus planos, ou o seu tempo livre, para respeitar a vida do seu filho. O pai desta criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que doa."
Alexandra Teté
Maria Phoebe Castro Henriques
"Todos sabemos que, nesta matéria, o verdadeiro direito de escolher é o direito a uma sexualidade saudável e responsável, direito onde se inclui a possibilidade de optar quer quanto ao número de gravidezes, quer ao momento em que devem ocorrer.
Todos sabemos que não existe ainda uma efectiva igualdade de oportunidades entre as mulheres, que muitas não acedem à formação e informação necessárias, que a rede de planeamento familiar não funciona eficazmente, que os anticonceptivos não são gratuitos, que as leis laborais não são cumpridas, que o apoio à família e à mulher grávida é insuficiente, que o combate à pobreza e exclusão social é incipiente, que os grupos de risco - adolescentes, toxicodependentes, doentes mentais, prostitutas, etc não têm uma prevenção efectiva e que, face a uma paternidade irresponsável, a mulher fica muitas vezes só.
Qual é então o grau de eficácia desta lei no que se refere às causas referidas? É zero. Pior, ela traduzir-se-á, na prática, numa capitulação, numa desistência, remetendo para os serviços de saúde a «solução» de problemas sociais que deviam ser tratados noutra sede e a montante."
Encontrámos mais sobre a conferência no site do PortugalDiário: "Representantes da organização norte-americana Justice Foundation defenderam (...) que Portugal deve dar um exemplo ao seu país e dizer «não» no referendo à despenalização do aborto. Na conferência (...)., a interrupção voluntária da gravidez foi descrita como estando na origem de comportamentos marginais. (...)
A activista - que nunca chegou a abortar, porque a duração do caso judicial em que se envolveu ultrapassou o tempo de gestação - disse que alterou a sua visão sobre a interrupção voluntária da gravidez depois de ter trabalhado em clínicas onde ela era praticada. No seu depoimento, McCorvey acusou os advogados que a representaram, em 1973, de a terem enganado e a terem «usado para tornar o aborto legal nos Estados Unidos», em vez de a auxiliarem a «deixar as drogas e o álcool» e de a ajudarem a «entregar o seu filho para adopção».
O depoimento da mulher, de 59 anos, foi precedido pelo testemunho de outras três mulheres também norte-americanas - Cynthia Collins, Myra Meyers e Rebecca Porter -, que se centraram na forma negativa como o recurso ao aborto as afectou. «Tentei cometer suicídio e passei por várias overdoses porque me odiava pelo que tinha feito», confessou Porter, afirmando que o álcool e as drogas se tornaram um refúgio, em parte da sua vida, após ter abortado. Um relato semelhante à das outras duas activistas.
Além da «defesa da vida», os conferencistas colocaram a tónica das suas intervenções também nas consequências negativas do aborto na saúde das mulheres e nos seus potenciais efeitos desestruturantes, a nível pessoal e social.
Claytton Trotter, conselheiro jurídico da Justice Foundation, afirmou que, nos EUA, o número de mulheres a cumprir penas judiciais subiu enormemente depois de 1973, e apontou que numa sondagem à comunidade prisional feminina, 60 por cento das mulheres disse que na origem do seu percurso marginal esteve a prática de um aborto. Razão que levou o jurista a defender: «É melhor instaurar alguns processos [a mulheres por interromperam a gravidez] do que enviar milhares de mulheres para a prisão».
Reed Olson, outro activista, sublinhou por seu lado que a liberalização poderá ter um efeito despenalizador das consciências e levar progressivamente ao alargamento do período em que é permitida a interrupção da gravidez, potencialmente, quase até ao nascimento do bebé.
O activista norte-americano ilustrou este «perigo» com alguns processos abortivos já praticados no seu país em fase avançada de gestação e deixou um repto aos portugueses para que votem «não» no referendo. «Por favor não sigam este exemplo. Sejam um exemplo para nós. Nós precisamos dele. Não recusem a vossa convicção de proteger a vida, porque os olhos do mundo estão aqui. Não atravessaríamos o Atlântico se não fosse assim»."
Vê também aqui a reportagem que passou no Telejornal da RTP, no dia 4 de Dezembro, sobre a vinda da Justice Foundation e de Norma McCorvey a Portugal.
"Será que se, num casal, a mãe decidir que vai abortar antes das 10 semanas de gravidez, o pai não poderá opor-se, visto tratar-se do corpo da mulher? Penso que este argumento é perigoso, porque justifica, por exemplo, que uma mulher solteira que engravidou seja abandonada pelo companheiro: «O corpo é dela, eu não tenho nada com isso!». Acho que diminuir deste modo o papel do pai é simultaneamente violento e desresponsabilizador."