21 janeiro 2007

Livro a Favor da Vida 2


Aborto - Uma Abordagem Serena

Autor: João César das Neves

Editora: Principia Editora

"Este livro pretende fazer uma abordagem serena do aborto e das questões incontornáveis que se levantam no debate sobre este tema.


Segundo o seu autor, «este debate é o teste em que a nossa geração vai provar a sua dignidade e a sua elevação. A luta por uma sociedade digna e uma vida com sentido trava-se hoje neste campo. [...] O debate à volta da despenalização do aborto não é uma simples discussão política. Trata-se de um confronto civilizacional decisivo, em que se joga o futuro da nossa sociedade. O que está em causa não é a sorte de algumas pessoas, mas toda a nossa cultura, porque as posições que se digladiam são duas formas opostas de ver o humano».

No debate sobre o aborto, sobrecarregado de opiniões nem sempre bem fundamentadas e esclarecidas e perpassado muitas vezes de extremismo e intolerância, faz falta uma exposição clara e lúcida como esta de João César das Neves, que não deixará ninguém indiferente."

Para comprares este livro, clica aqui.

Esta sugestão foi encontrada no site da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.

4 Comentários:

At 22 janeiro, 2007 03:10, Anonymous Anónimo said...

O grupo " Algés comVIDA" tem o prazer de o convidar para uma sessão
de
esclarecimento sobre o tema do aborto e o próximo referendo. Esta
sessão, terá lugar no dia próximo dia 26, às 21:30h nas
instalações do
Sport Algés e Dafundo e terá os seguintes oradores:

? Dra. Maria Furtado, directora da Casa de Sto. António, que é uma
instituição de acolhimento de mães solteiras com dificuldades e seus
filhos.
? Dra. Sofia Gouveia Pereira, jurista.
? Dr. Vítor Neto, médico obstetra.

Participe!

 
At 24 janeiro, 2007 01:08, Anonymous Anónimo said...

Antes de mais, quero referir que este meu comentário não se dirige com particularidade ao artigo em que o deixo, mas sim à minha opinião no geral. Valerá a minha opinião mais do que cinco tostões? Acho-me importante? Não. Apeteceu-me. Não se paga por palavras. A despenalização da Palavra conta trinta-e-três anos em Abril, e essa sim, valeu a pena.

Chamo-me Miguel Cardoso, tenho quinze anos e vivo preso à monotonia de uma cidade como a de Viseu. O meu discurso seguinte não vale de nada, é certo, e o meu queixume parecerá meramente digno de um adolescente em fase de crescimento, seja. Nem sempre tenho grande vontade de acordar no dia seguinte. Em termos materiais não me queixo. Mas ter uma vida descansada nesse ponto não me impossibilita de dizer que a minha vida tem sido de cão (nada contra o dito animal, aproveitei-me exclusivamente da expressão, tão portuguesa). Os meus avós cuidaram-me até aos três anos, durante o período em que os meus pais trabalhavam rumo à construção de um casamento. A minha insegurança já com quatro ou cinco anos era pouca, eu queixava-me do Zezé, e nunca experimentei dar-lhe troco. Os rapazes iam jogar à bola e eu preferia desenhar. Na primária, achava graça às composições. À mesa, comia bacalhau sem careta. Essa diferença fez com que começasse sem dar conta a criar uma personalidade única e promissora cá dentro, mas o mimo de filho único (mas principalmente neto) não ajudou propriamente. Sempre escondi o que era. Não o conseguia ser, nem controlar, conforme ia crescendo. Os interesses dos outros não eram os meus. Vivi frustrado. Volta após volta, a minha vida não mudou positivamente. Acreditem que é o primeiro passo para uma vida falhada. Entrei no secundário em Artes, e a tristeza estampa-se em todos os autores, quase todos extreminados pelas suas próprias mãos. Por razões algo profundas, que de certo não consigo revelar aqui, muitas são as tardes em que deixo de me suportar (por mais que goste de mim), grito cá dentro que me destruam. E depois, no momento a seguir sou chamado para almoçar ou jantar. Sou visto como um palhacinho, digo umas piadas, rio-me delas (porque como aspirante a artista tenho a mania de não suportar anedotas clássicas ou farses feitas), aparento algo que estou longe de ser, aguento o peso dos olhos, e deito-me no meu quarto, a seguir morto de choro. Não é preciso ser-se um menino da Guerra para se ser infeliz. Mesmo agora, no meu hoje, venho de conhecer o que é a felicidade (a verdadeira, não a de ficar à espera do dia de amanhã ser finalmente feliz), e os buracos a seguir ainda me ferem com mais força.

Tudo isto para dizer que por mais triste que alguém seja, por mais dor que se veja na vida; cada vida, por mais insignificante que possa parecer sob a forma de um feto, tem o direito de crescer como uma pessoa até ter cabeça para poder tomar a sua decisão: «mereço viver ou não»?

É uma atitude canibal, a do aborto. Ok, uma mulher não deixa de ter um filho porque tem fome, o deseja provar ou não tem dinheiro e o decide substituir pelo peru natalício, mas mata-o pela sua satisfação. Chupar os ossos do peru (se essa acção demonstrar os gostos da mulher exemplificada) é provavelmente uma metáfora para o «tirar um peso da cabeça». Neste caso, do seu ventre.
Por mais problemas que tenha a mulher.

O problema do aborto está instalado na sociedade por uma razão principal: o Homem é racional o suficiente para ver no sexo mais que o instinto de sobrevivência da sua espécie. «Deus» deu a dádiva do Amor ao Homem. O sexo pode também ser a manifestação do Amor. Então, pode dizer-se que o sexo é uma prática que exige racionalidade. A mesma que o faz ver mais que a reprodução. Nesse caso, seremos seres racionais se começarmos a relacionarmo-nos sexualmente sem preservativo porque «sabe melhor», já que a seguir o Dr. Joaquim tira logo o empecilho que sem culpa tentou vir ao mundo, da mulher?

Tem-me doído viver, mas agradeço muito a oportunidade que me deram. Não tenho nada a perder, porque se daqui a uns anos ver que não ando cá a fazer nada, posso terminar a minha vida. Nós só temos verdadeiro poder em nós próprios.

E se não há condições no aborto ilegal, então que reduzam os reclames televisivos que vendem iogurtes e ao mesmo tempo nos apresentam mulheres prendadas de imponentes dons mamários, por exemplo. Que deixem de haver canais de pornografia. Assim há uma minoria na excitação dos «ânimos» e uma consequente minoria de gravidezes despropositadas. Se não há miolo que chegue para se pensar no momento do acto, que se corte o mal pela raiz.

Ah e tal... violação. Então, mas esse aborto é actualmente permitido, não chego a discutir o assunto.

Deêm valor ao sexo, não o banalizem. Pode ser das melhores coisas do Mundo, mas deve ser sentido. A televisão pode dizer que sim, mas não é a mesma coisa que ir lavar as mãos. O sexo serve antes de mais nada para dar ao Mundo mais exemplares da nossa espécie. Por isso, se ele for a maior manifestação de Amor por alguém, que se tenha tudo em conta. Porque tudo pode acontecer.
(Estúpido do puto virgem, dir-se-á.)

Sim à desvalorização da vida humana? Que é a única coisa que temos como garantida? Não sejamos pobres e mal agradecidos. Ao riscar dois traços em forma de "X" no milimétrico quadrado da opção SIM, podemos estar a fazer uma vontade ao Sócrates. Mas a destruir o que resta do Mundo. E o Mundo não está mal por haverem cada vez menos árvores. Antes disso está mal porque nem sempre, aos 15 anos, se decide pensar. E dizer coisas chatas e maçudas que roubam uma hora de precioso sono.

 
At 24 janeiro, 2007 01:09, Anonymous Anónimo said...

*Fui filho único até aos 3 anos.

 
At 10 fevereiro, 2007 12:35, Blogger Nuno said...

Sem querer julgar, porque não tenho qualquer legitimidade para tal, acho o comentário muito bonito e bem estruturado.

Apenas não consegui perceber, em todo o texto, referência à situação real, actual, que ocorre em todo o país, incluindo aí mesmo à porta, em Viseu.

De todo o modo, é sempre mais "confortável" avançarmos com aprofundadas dissertações teóricas do que meter as mãos na lama para tentar resolver o problema real.

 

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