17 novembro 2006

Conferência Episcopal e o Aborto

Descobrimos esta notícia, no Açores.Net.

"A assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que ontem se concluiu em Fátima, reiterou a o
posição dos Bispos católicos do país à legalização do aborto.

O comunicado final desta reunião magna manifesta o desejo de que se abra um «período de profundo esclarecimento das consciências». «Aos que se inclinam para votar sim», a CEP convida a confrontarem a sua opção «à luz do dom e da responsabilidade da vida humana». Aos que irão votar «não», os Bispos pedem que «marquem presença num momento tão decisivo» como o próximo referendo.

Já no discurso de abertura dos trabalhos, o presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, lembrava que «a Igreja foi e será sempre ‘profeta’ da vida oferecendo, em permanência, razões para a defender», deixando críticas aos sinais de uma «cultura de morte» na nossa sociedade, nos quais incluiu o aborto, o tráfico de seres humanos, a exploração sexual de crianças e adolescentes, a eutanásia, o racismo e a xenofobia, a violência gratuita e as desigualdades económicas, culturais, sociais e tecnológicas.

«É com palavras claras que exprimimos a nossa posição, mesmo que nos situem no espaço dos retrógrados em confronto com outros países: somos inequivocamente pela vida desde a concepção até à morte», apontou então.

Ao Governo ficava o alerta de não poder «liberalizar ou descriminalizar o que, por sua natureza, é crime». «Nenhuma lei positiva pode transformar em não-mau ou em bom o que é mau em si mesmo», indicou.

«O facto de existir uma lei não quer dizer que o que está nessa lei seja moralmente bom», explicou o presidente da CEP, no final dos trabalhos, há momentos, desmentindo que tenha querido dizer que o Estado «não pode legislar» sobre esta matéria. Nesse sentido, lamentou algumas «interpretações truncadas» do seu discurso inicial.

«Aceitamos a separação (Igreja-Estado), mas não a ignorância. No meio desta laicidade, temos de nos impor pela diferença», explicou.

Para D. Jorge Ortiga, a Igreja tem obrigação de ouvir o mundo actual e interpelar a cultura dos nossos dias, «por vezes com alguma ousadia e até, quem sabe, alguma coragem».

«A missão da Igreja é uma missão em favor da vida, na sua globalidade», apontou o Arcebispo de Braga.

O presidente da CEP nega que a Igreja faça «campanha» contra alguém, mas considera dever dos católicos «apelar ao esclarecimento das pessoas».

«A hierarquia continuará, dentro da sua missão, a pregar e deixaremos que os leigos procurem agir dentro de uma campanha serena», assegura.

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